terça-feira, 11 de junho de 2013

De avião a bonecas, impressoras 3-D mudam a manufatura

Empresas como a General Electric Co. a Ford Motor Co.e a Mattel Inc. estão usando a impressão 3-D com mais frequência do que as pessoas imaginam.
Também conhecida como manufatura aditiva, porque os objetos produzidos dessa forma são construídos com a adição de uma camada de material por vez, essa tecnologia está permitindo que os fabricantes tenham os produtos prontos para a entrega de forma mais rápida.
Ao contrário das técnicas tradicionais, pela qual os objetos são cortados ou perfurados a partir de moldes, o que gera desperdício de material, a impressora 3-D permite que os trabalhadores projetem o objeto no computador e o imprimam usando plástico, metal ou materiais compostos.
"Ela nos permite ser muitos mais produtivos, eficientes e inovadores em design", diz Scott Goodman, diretor de desenvolvimento global de produtos da Mattel.
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Embora os preços tenham caído, os materiais usados nas impressoras 3-D são mais caros que os de processos tradicionais de manufatura. Pete Basiliere, analista do Gartner Inc., diz acreditar que os preços desses materiais vão cair à medida que cresça a demanda por impressoras 3-D.
A receita global com impressoras 3-D deve atingir US$ 3,7 bilhões em 2015. Em 2012, foi de US$ 2,2 bilhões, segundo a firma de pesquisa Wohlers Associates.
A Ford já vislumbra um futuro onde os consumidores da montadora serão capazes de imprimir suas próprias peças de reposição. Teoricamente, um cliente poderá se conectar à Web, escanear um código de barras ou imprimir um pedido, levá-lo a um local próximo que tenha uma impressora 3-D e, assim, ter a peça que precisa em horas ou minutos.
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A Ford já vinha usando impressoras 3-D para produzir protótipos de peças para veículos de teste desde os anos 80. Os engenheiros da montadora no Centro Técnico Beech Daly, no Estado americano de Michigan, hoje usam equipamentos de nível industrial que custam até US$ 1 milhão para fabricar protótipos de cabeças de cilindros, rotores de freio e eixos traseiros em menos tempo do que pelos métodos tradicionais de manufatura, diz Paul Susalla, supervisor da seção de manufatura rápida da Ford.
Ao usar a impressão 3-D, a Ford ganha, em média, um mês na produção de um molde de uma cabeça de cilindro para a sua família de motores EcoBoost, projetados para uma melhor eficiência no consumo de combustível. Essa peça complexa inclui numerosos portos, dutos, passagens e válvulas para controlar o fluxo de ar e combustível.
A indústria aeroespacial também tira proveito. A unidade de aviação da GE imprime injetores de combustível e outros componentes do sistema de combustão de uma turbina de avião que está sendo construída pela CFM International, uma joint venture entre a GE e a francesa Snecma SA. Em 2016, o motor Leap deve ser montado para aeronaves como o Boeing 737 Max e o Airbus A320neo, que ainda estão sendo desenvolvidos.
Mark Little, diretor do grupo de pesquisa global da GE, diz que produzir moldes de uma peça complexa pelo derretimento de pó do metal camada por camada pode ser mais preciso do que fazer e cortar as partes de um molde de cerâmica.
A GE também está experimentando produzir um dispositivo médico, a sonda de ultrassom, por meio de impressoras 3-D. O equipamento transmite sinais que geram imagens de ultrassom em exames de pacientes. Métodos tradicionais de produção exigem horas de corte e refinamento da peça para que ela possa reproduzir as imagens. Pesquisadores da GE dizem que a impressora 3-D pode ajudar a reduzir os custos de algumas peças da sonda em 30%.
As impressoras 3-D também estão revolucionando a indústria dos brinquedos. A Mattel costumava esculpir protótipos de cera e argila antes de produzir seus brinquedos de plástico. Hoje, seus engenheiros usam uma das 30 impressoras 3-D para criar partes de praticamente todo tipo de brinquedo, incluindo marcas populares como Barbie, Max Steel e os carros Hot Wheels.
Mas a Mattel diz não ter planos para vender software a consumidores que permita que eles imprimam seus próprios brinquedos em impressoras 3-D caseiras. Um porta-voz diz que a empresa não pode garantir que brinquedos impressos em casa sejam seguros para crianças, "questão essa que toda indústria terá que enfrentar e abraçar" à medida que o uso das impressoras 3-D se amplia.

Matéria publicada em http://on.wsj.com/11DQ6W6

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