sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Carl Icahn quer que Apple recompre US$ 150 bilhões em ações

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CNBC
O investidor ativista americano Carl Icahn aumentou seu investimento na Apple Inc. em 22%, para 4,73 milhões de ações, e está intensificando sua campanha para pressionar a empresa a promover uma recompra maciça de ações no valor de US$ 150 bilhões, de acordo com uma carta que ele enviou ao diretor presidente da Apple, Tim Cook.

O investidor bilionário sugeriu que a empresa faça uma oferta de recompra de forma independente e disse que ele próprio não venderia suas ações para tirar proveito da operação. "Nas minhas intenções aqui não há nada no curto prazo", disse.

Icahn possui agora aproximadamente 0,5% da Apple, uma participação avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões com base no preço aproximado de US$ 525, que é o valor que o investidor sugeriu para a oferta de recompra de ações.

Como parte de sua tese, Icahn afirma que três anos depois da recompra, com o benefício do crescimento dos lucros, a ação da Apple poderia atingir US$ 1.250.

Uma pessoa próxima à Apple disse que não havia nenhuma razão óbvia para qualquer acionista vender ações em uma oferta de recompra a US$ 525 cada.

A empresa já lançou um plano para devolver US$ 100 bilhões para os acionistas, incluindo uma recompra de US$ 60 bilhões, ao longo dos próximos três anos, plano que a empresa descreve como o maior de sua história. Referindo-se a esse plano em sua carta, Icahn escreveu que, embora "possa parecer uma grande recompra, ela simplesmente não é grande o suficiente, já que a Apple detém atualmente US$ 147 bilhões em dinheiro em seu balanço".

Icahn revelou em agosto, em uma mensagem no Twitter, que tinha comprado uma participação na Apple e estava conversando com Cook. Os dois jantaram juntos há algumas semanas no apartamento de Icahn, em Nova York, disse Icahn também pelo Twitter.
"Como propusemos durante o jantar, se a empresa decidir tomar emprestado o total de US$ 150 bilhões com uma taxa de juro de 3% ao ano para lançar uma oferta de recompra ao preço de US$ 525 por ação, o resultado seria um aumento imediato de 33% no lucro por ação", escreveu Icahn em sua carta a Tim Cook.

[image]Bill Gross, fundador e diretor-gerente da Pacific Investment Management Co. LLC, ou Pimco, escreveu no Twitter que Icahn deveria "deixar a Apple em paz e passar mais tempo como Bill Gates. Se o Icahn é tão inteligente assim, ele deveria usar [essa inteligência] para ajudar as pessoas e não a si mesmo".

Quando Icahn começou a discutir a recompra, as ações da Apple estavam abaixo de US$ 500 por ação. Ontem, elas fecharam a US$ 531,91, com alta de 1,32%.

Icahn disse ontem, em entrevista ao The Wall Street Journal, que a matemática da operação ainda funcionaria mesmo se a Apple fosse obrigada a recomprar ações a um preço superior a US$ 525, embora os ganhos recentes da empresa na bolsa mostrem que a Apple precisa agir rapidamente.

"Muitos críticos só ficam perguntando: Por que Icahn não deixa nossas empresas em paz?", disse ele. "Para mim, isso é o mesmo que dizer: Por que Teddy Roosevelt não deixou os monopólios em paz quando eles estavam estrangulando a nossa economia?"

Em entrevista à rede de televisão CNBC ontem, Icahn disse que o custo médio do investimento que fez na Apple foi de cerca de US$ 440 por ação, o que o colocaria hoje em posição de obter mais de US$ 400 milhões em lucros com o papel.

Icahn disse também que, se a Apple não seguir o plano que sugeriu, ele iria pelo menos "testar as águas" de uma potencial batalha por "proxy" (ou seja, tentaria obter o apoio de outros acionistas para pressionar a empresa) para derrubar alguns membros do conselho de administração da Apple. O investidor afirmou que ele próprio não integraria o conselho.

Icahn revelou a carta enviada a Cook ontem, quando inaugurou um website para apresentar seus argumentos de governança corporativa. O site sofreu falhas técnicas que dificultaram que os visitantes tivessem acesso à carta na primeira parte do dia.

O site inclui uma ilustração do artista Chad Crowe que compara a estrutura das empresas americanas ao sistema feudal, uma reclamação frequente de Icahn.

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