segunda-feira, 1 de julho de 2013

Amazon se prepara para vender obras de arte

De olho no mercado de produtos de luxo, a Amazon.com Inc. está discretamente se preparando para vender obras de arte.
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A gigante do varejo on-line está planejando abrir uma nova seção no seu site já mesmo em julho, onde ela vai oferecer pinturas, desenhos e outras obras de arte, segundo entrevistas com uma dezena de donos de galerias.
A Amazon deve inaugurar o site com obras de cerca de cem pequenas galerias de todos os Estados Unidos, dizem donos de galerias a par dos planos da empresa. Nas últimas semanas, a companhia organizou coquetéis de recepção em Seattle, onde fica sua sede, San Francisco, Nova York e outras cidades do país para convidar galerias a participar do novo programa.
Um porta-voz da Amazon não quis comentar.
Tendo conquistado o mercado de livros, depois o de eletrônicos e outros bens de uso geral, a Amazon vem recentemente redobrando seus esforços nos mercados de alta renda, em busca de margens potencialmente maiores. No fim do ano passado, ela lançou a venda de vinhos, inclusive através de subsidiárias como a MyHabit.com.
A Amazon foi um dos numerosos sites a vender arte no primeiro boom da internet. Em 2000, ela desistiu de uma sociedade com a casa de leilões Sotheby's após 16 meses já que a iniciativa não conseguiu decolar. O Yahoo Inc. e o eBay Inc. também cancelaram seus empreendimentos para vender quadros e outras obras de arte na internet; empresas iniciantes, como a eHammer.com, fizeram o mesmo.
"Sempre será difícil vender arte na internet", disse Richard Feigen, dono da galeria Richard L. Feigen and Co., em Nova York. "Colecionadores sérios querem ver a obra antes de comprá-la — você não precisa ver um livro para comprá-lo on-line." Ele disse que não foi abordado pela Amazon.
Os donos de galerias que foram informados sobre os planos da Amazon disseram que a empresa vai cobrar uma comissão escalonada baseada no preço da obra de arte, geralmente entre 5% e 20%, com obras mais caras sujeitas a comissões menores. Ela vem cobrando dos vendedores de vinho uma comissão em torno de 15%, segundo vinícolas envolvidas no programa. A logística de entrega ficará a cargo das galerias, e a seção de arte não fará parte do programa "Prime" da Amazon, que realiza a entrega dos produtos em dois dias, disseram esses proprietários de galerias.
Nick Lawrence, dono da galeria Freight + Volume, de Nova York, disse que decidiu dentro dos últimos 30 dias divulgar alguns quadros no site da Amazon depois de ter recebido uma oferta não solicitada da empresa. "Percebi que essa poderia ser uma grande forma de atingir um público imenso", disse Lawrence. "Há muitas pessoas que não vão necessariamente poder vir a Nova York comprar arte e talvez possam, em vez disso, achar alguma coisa na Amazon."
Lawrence disse que também ficou tentado pela oferta da Amazon de participação gratuita até 2015, quando ele disse que a empresa começará a cobrar os vendedores cerca de US$ 100 por mês para listar suas obras de arte no site.
Gail Gibson, dono da galeria G. Gibson, de Seattle, disse que está adotando a postura "esperar para ver" com relação à iniciativa da Amazon, ainda que isso signifique perder o benefício da mensalidade gratuita.
"Parece um pouco cedo demais. Preciso ver como é o site, se é fácil de usar", disse Gibson. "Com arte, tem que ser agradável."
A Amazon vai enfrentar alguma concorrência de sites de venda de arte mais estabelecidos. Muitos galeristas disseram que usam sites como Artsy e Artnet para vender suas obras nos EUA.
Donos das galerias disseram que não ficou claro de imediato como a Amazon pretende organizar o site para ajudar potenciais compradores a encontrar obras de artistas menos conhecidos. A Amazon também não explicou para muitos negociadores de arte como eles deverão lidar com as devoluções. O transporte de uma obra de arte pode custar centenas ou milhares de dólares.
O interesse da Amazon em venda de arte foi divulgado antes pelo The Art Newspaper, uma publicação britânica do setor.
Matéria publicada em http://online.wsj.com

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