quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As telas dobráveis estão chegando

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LG
A Samsung Electronics Co. e a LG Electronics Inc. lançaram smartphones com telas curvas recentemente, levando a uma pergunta óbvia: por que alguém gostaria de curvas no telefone?

A resposta, na verdade, não parece ter muita importância para as duas gigantes de tecnologia da Coreia do Sul, que veem os telefones de tela curva apenas como um ponto de partida para o verdadeiro prêmio: dispositivos móveis e de vestir, com telas completamente dobráveis, que podem ser usados no pulso ou serem enrolados como uma folha de papel.

Um pedido de patente que a Samsung fez na Coreia do Sul no mês passado mostra um dispositivo móvel parecido com um tablet com uma tela que pode ser dobrada ao meio. A Samsung, que não comenta sobre patentes ou produtos a serem lançados no futuro, também está desenvolvendo um dispositivo para ser usado na cabeça, que pode tocar música e receber chamadas de telefone quando estiver sincronizado a um smartphone, de acordo com outro pedido de patente também registrado em outubro.

Esses dispositivos exigem novos tipos de tela porque não são retangulares e planos como a maioria dos smartphones atuais. Apesar de não estar claro quando esses novos dispositivos chegarão ao mercado, as tentativas de desenvolver aparelhos flexíveis são um reflexo tanto da necessidade de criar uma nova geração de aparelhos que os consumidores considerem indispensáveis quanto de um grande avanço tecnológico. Rivais nos Estados Unidos, como a Microsoft Corp., a Apple Inc. e o Google Inc., também estão trabalhando em dispositivos para vestir e têm testado protótipos com fornecedores na Ásia, segundo pessoas a par do assunto.

Assim como as telas de cristal líquido substituíram tubos de raios catódicos em televisores anos atrás, os fabricantes coreanos estão agora concentrando esforços em telas de diodo orgânico de emissão de luz, que oferecem cores mais vivas e podem ser fabricadas ainda mais finas que telas de cristal líquido, já que não requerem uma luz de fundo.

As fabricantes de telas do Japão e de Taiwan também têm experimentado diferentes tipos de telas flexíveis, mas nenhuma foi capaz de atingir a produção em massa.

Em laboratórios separados, empresas rivais que são afiliadas da Samsung e da LG aproveitaram a estrutura mais simples das telas de diodo para acrescentar um pouco mais de elasticidade à camada inferior das telas de smartphones para evitar que elas rachem na hora de serem curvadas ou dobradas.

Isso foi feito com a substituição do vidro na parte de trás da tela por plástico. Com o plástico, as telas ficam mais leves e flexíveis. Mas elas podem ser mais vulneráveis a riscos e é difícil selá-las completamente e impedir que entre umidade — um obstáculo tecnológico que as empresas ainda estão tentando superar.

"As curvas são um passo preliminar na direção das telas flexíveis", diz Lee Bang-soo, vice-presidente sênior da LG Display Co., que fabrica telas para empresas como a Apple Inc. "A tecnologia por trás disso vai permitir o desenvolvimento de novos produtos que serão […] flexíveis, dobráveis e enroláveis."

Para fabricar uma tela que pode ser dobrada ao meio, a Samsung tem que substituir todos os componentes de vidro da tela por plástico durável — uma técnica que ainda está a anos de distância, de acordo com os engenheiros.

O filme de plástico precisa ser à prova de riscos, altamente resistente ao calor, elástico o suficiente para que possa ser dobrado em ângulos agudos e transparente como o vidro. A produção em massa desses filmes de alta qualidade também é um desafio por causa da complexa estrutura química dos materiais.

Quando a tecnologia estiver madura o suficiente, as possibilidades poderiam ser enormes. Um tablet ou até mesmo uma tela de televisão portátil poderia, por exemplo, ser dobrados várias vezes para caber numa bolsa ou num bolso.

Enquanto esse dia não chega, os fabricantes de hardware podem optar por continuar usando uma combinação de vidro e plástico. Para produzir uma tela dobrável, por exemplo, uma empresa poderia colocar duas folhas de vidro lado a lado e conectá-las com filmes de plástico, disse Kang Chung-seok, executivo da Kolon Industries Inc., uma empresa coreana que desenvolve novos materiais como filmes finos de plásticos para telas de próxima geração.

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